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"...Somos um grupo, temos uma história, queremos um destino..."

VER, OUVIR & REFLECTIR

SIGNIFICADO DAS CORES DA NOSSA BANDEIRA

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1.- DESERTO. É aridez, solidão, jejum, austeridade, rigor, esforço, penitência, perigo, tentação.  
2.- PERDÃO. As histórias bíblicas de Jonas e de Nínive e a parábola do filho pródigo são exemplos dele.  
3.- ENCONTRO, é abraço de reconciliação como na parábola do filho pródigo ou na conversão de Zaqueu ou no diálogo de Jesus Cristo com a mulher adúltera.  
4.- LUZ, como se põe em evidência, por exemplo, no evangelho do cego de nascimento. É a passagem das trevas para a luz. Jesus Cristo é a luz do mundo.  
5.- SAÚDE, símbolo manifestado nos textos como na cura do paralítico ou do filho do centurião.  
6.- AGUA. É a passagem da sede de nossa insatisfação para a água viva, a água de Moisés ao povo de Israel no deserto ou de Jesus à mulher samaritana.  
7.- LIBERTAÇÃO, TRIUNFO. Algumas figuras bíblicas, que sofrem graves perigos e vencem na prova, são José filho de Jacó, a casta Suzana, Ester, o profeta Jeremias e, sobretudo, Jesus, tentado e transfigurado.
 
8.- CRUZ. Sinal e presença permanente durante toda a quaresma. Prefigurada no Antigo Testamento e manifestada com o exemplo de Jesus Cristo e com seu convite de carregá-la como condição para o seguimento. 
9.- TRANSFIGURAÇÃO. É a luz definitiva do caminho quaresmal, preanunciada e vivida na cena da transfiguração de Jesus. Pela cruz para a luz". 
10.- esforço para retirar o fermento velho e incorporar a FERMENTAÇÃO NOVA DA PÁSCOA RESSUSCITADA E RESSUSCITADORA, agora e para sempre. 
(Autor: Pe. Antônio G. Dalla Costa, CS) 


A Quaresma é um tempo propício para a mudança de vida. Espiritualmente muito intenso, este tempo liturgico convida-nos a aprefeiçoarmos a resposta que damos à Deus, mediante a prática do jejum, da esmola e da oração, no acolhimento da graça divina.

A Quaresma é ainda um tempo forte de encontro com Jesus Cristo para avaliarmos a maneira como temos sido seus amigos e seguidores, em ordem a aperfeiçoar e a aprofundar essa nossa amizade e seguimento de Cristo e com Cristo. Ele é o modelo do homem novo que deve ser todo o cristão e todo o escuta. E a Quaresma é o tempo em que deixamos cair tudo aquilo que há em nós de homem velho, separado de Cristo, para sermos homens novos com Cristo vitorioso na Sua Páscoa.

Como nós escuteiros devemos viver este tempo?
  • Em primeiro lugar, assumindo a nossa pertença à comunidade paroquial e acolhendo as sugestões que são feitas à toda Igreja.
  • Em segundo, fazendo destas semanas um tempo propício de preparação para páscoa do Senhor através de um itinerário de crescimento individual e comunitário (a nível do Bando, Patrulha ou Equipa, Secção e Agrupamento, etc.).
  • Em terceiro lugar, aprofundando a vida espiritual, numa perspectiva de abertura aos outros, nomeadamente através da caridade.
  • Em quarto lugar, orando.

Proponho uma simples actividade a partir da Palavra do Evangelho de cada Domingo da Quaresma. A partir da leitura do Evangelho, cada bando, patrulha ou equipa ou então em cada secção, faça um pequeno diálogo a partir daquilo que a Palavra desperta em cada um. De seguida, pensem num símbolo dessa Palavra e coloquem-no bem à vista no vosso canto. Por fim, cada escuta comprometa-se em praticar uma Boa Acção que seja a realização prática dessa mesma Palavra escutada, dialogada e simbolizada.

PRIMEIRO DOMINGO DA QUARESMA
Marcos 1, 12-15

Neste primeiro Domingo, o Evangelho apresenta-nos Jesus a ser tentado no deserto. Uma tentação é algo que parece realidade mas, no fundo, não é; é algo que parece trazer-nos a felicidade que tanto procuramos mas, no fim de contas, ou é apenas uma felicidade passageira ou não traz felicidade nenhuma. Muitas vezes caímos na tentação de querer seguir o caminho mais fácil, mas esse caminho acaba por se revelar acidentado ou até por nem conduzir à meta que queremos alcançar.

Jesus rejeita esse caminho fácil e, percebendo a missão que o Pai lhe confiou, logo começa a anunciar a toda a gente que é preciso arrependermo-nos do mal que cometemos a Deus e aos outros. Perceber o mal que fazemos é o primeiro passo para vencermos esse mal e começar a fazer o bem.

Quais são as tuas tentações? Qual é o caminho que Jesus te indica para te aproximares do Pai e deixares de fazer o mal?

SEGUNDO DOMINGO DA QUARESMA
Marcos 9, 2-10

Jesus conduz os seus discípulos ao cimo do monte e aí se transfigura. Não se trata de um acto de magia nem de uma manifestação exibicionista do poder de Cristo. O que Ele faz é mostrar um pouco da glória que tem junto do Pai, porque é o Seu Filho muito amado. Essa glória de Jesus só se entende plenamente na ressurreição, quando Ele vencer a morte que oprime os homens, passando pela cruz.

Este vislumbrar da glória de Cristo indica-nos que a Quaresma da vida não é um fim, mas uma etapa necessária para acolhermos em nós a ressurreição pascal. Por isso, não podemos montar tendas no cimo do monte nem contar ainda a outros aquilo que não percebemos bem ou ainda não acolhemos totalmente.

A Quaresma é o tempo da espera paciente e activa pela vitória de Cristo em nós, por nós e connosco. Quando Ele ressuscitar, aí sim, gritamos com voz forte que Cristo venceu, que Ele está vivo e presente no meio de nós, da Sua Igreja.

Como escutas tu a Cristo na tua vida? Como vais percebendo e vivendo na tua vida a paixão e ressurreição de Cristo? O que deves fazer para que a luz de Cristo brilhe em ti?

TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA
 João 2, 13-25

O Evangelho do terceiro domingo da Quaresma apresenta-nos Jesus a expulsar os vendedores do templo de Jerusalém. Jesus indigna-se com a maneira como as pessoas do seu tempo tratam o templo de Deus, que é o lugar do seu encontro com os homens e sinal dessa relação próxima entre Deus e a humanidade.

Para nós, o lugar do encontro com Deus é a própria pessoa de Jesus Cristo, que nos dá a conhecer o Pai e nos conduz para Ele. Cristo é o novo e verdadeiro templo de Deus que é destruído na cruz e reconstruído pela Sua ressurreição.

Hoje, é na Igreja, corpo de Cristo e comunidade daqueles que acreditam em Deus e se identificam com Cristo, que nós nos podemos encontrar com o Deus vivo. Aceitando Jesus Cristo e vivendo ao jeito d’Ele pelo Seu Espírito, cada um de nós é uma pedra viva desse templo de Deus que é a Igreja, corpo de Cristo. Por isso aceitamos Deus como Ele é e não como nós queremos que Ele seja, reduzindo assim a fé a um simples jogo de favores entre Deus e os homens.

Tu que és templo de Deus e corpo de Cristo, como te relacionas com Ele no concreto da tua vida? O que é preciso expulsar da tua vida para que tenhas uma relação verdadeira com Deus tal como Ele é e não como tu queres que ele seja?

QUARTO DOMINGO DA QUARESMA
João 3, 14-21

A grande prova de que Deus ama profundamente os homens é o envio do Seu próprio Filho até junto de nós. E o Filho, tal como o Pai, ama também os homens e está disposto a levar esse amor até ao fim. E esse fim é a cruz, na qual Jesus é morto por causa da maldade dos homens e da sua recusa de Deus. Mas, ao mesmo tempo, a cruz é o sinal e a expressão desse amor sem limites do Pai por cada um de nós. Deus até podia castigar-nos por sermos responsáveis pela morte do Seu Filho. Em vez disso, faz da cruz o sinal do Seu amor por nós e da salvação que nos quer dar. Parece contradição? É mesmo!

Tal como a luz que pode iluminar e pode cegar, Jesus apresenta-se como a luz da nossa vida. Se nos preparamos para essa luz, ela ilumina-nos. Se a recusarmos e a confrontarmos, ela pode cegar-nos. Cabe-nos a nós a decisão de aceitar ou recusar essa luz de Cristo com tudo o que ela tem de cruz e de ressurreição.

Tens consciência de que Cristo se entrega por ti na cruz e que Ele quer ser a luz da tua vida? Em que momentos aceitas e recusas essa luz?

Procura tirar da tua vida tudo o que é escuridão ou recusa dessa luz. Pedir desculpa a quem magoaste ou confessares-te das tuas ofensas a Deus e pedir o Seu perdão pode ser um bom princípio.

QUINTO DOMINGO DA QUARESMA
 João 12, 20-33

Há um desejo no íntimo de cada homem de conhecer a Deus. Nós, cristãos, através da vida e da pessoa de Jesus, já O conhecemos. Por isso, o mundo pede aos cristãos de todos os tempos: “Queremos ver Jesus”. E a melhor maneira de mostrar-mos Jesus aos outros é pela nossa vida de discípulos, com tudo o que ela implica de morte e ressurreição com Cristo e à Sua semelhança.

Amar e seguir a Cristo não significa perder a nossa identidade nem a nossa liberdade, mas sim ganhar uma vida nova – a vida com Deus – com alcance infinito, numa opção radical de termos os mesmos sentimentos do Filho em relação ao Pai e aos irmãos. Pela Sua obediência amorosa e livra ao Pai, Cristo faz-se tudo para todos.

A semente da cruz transforma-se em nós na árvore da vida ressuscitada que dá muito fruto naqueles que se fazem terra fértil pela docilidade de coração à Palavra do Filho. Se morremos com Cristo, também com Cristo somos glorificados quando chegar a hora da cruz.

Como mostras Cristo aos outros? Como podes ser terra fértil em que a Palavra de Deus semeada dá muito fruto? Como é que podes unir-te a Cristo na hora da cruz para, com Ele, seres também glorificado?

Boa Caminhada Quaresmal





Amados irmãos e irmãs!

A Quaresma, que nos conduz à celebração da Santa Páscoa, é para a Igreja um tempo litúrgico muito precioso e importante, em vista do qual me sinto feliz por dirigir uma palavra específica para que seja vivido com o devido empenho. Enquanto olha para o encontro definitivo com o seu Esposo na Páscoa eterna, a Comunidade eclesial, assídua na oração e na caridade laboriosa, intensifica o seu caminho de purificação no espírito, para haurir com mais abundância do Mistério da redenção a vida nova em Cristo Senhor (cf. Prefácio I de Quaresma).

1. Esta mesma vida já nos foi transmitida no dia do nosso Baptismo, quando, «tendo-nos tornado partícipes da morte e ressurreição de Cristo» iniciou para nós «a aventura jubilosa e exaltante do discípulo» (Homilia na Festa do Baptismo do Senhor, 10 de Janeiro de 2010). São Paulo, nas suas Cartas, insiste repetidas vezes sobre a singular comunhão com o Filho de Deus realizada neste lavacro. O facto que na maioria dos casos o Baptismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém merece a vida eterna com as próprias forças. A misericórdia de Deus, que lava do pecado e permite viver na própria existência «os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2, 5), é comunicada gratuitamente ao homem.

O Apóstolo dos gentios, na Carta aos Filipenses, expressa o sentido da transformação que se realiza com a participação na morte e ressurreição de Cristo, indicando a meta: que assim eu possa «conhecê-Lo, a Ele, à força da sua Ressurreição e à comunhão nos Seus sofrimentos, configurando-me à Sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos» (Fl 3, 1011). O Baptismo, portanto, não é um rito do passado, mas o encontro com Cristo que informa toda a existência do baptizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela Graça, que o leve a alcançar a estatura adulta de Cristo.

Um vínculo particular liga o Baptismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva. Os Padres do Concílio Vaticano II convidaram todos os Pastores da Igreja a utilizar «mais abundantemente os elementos baptismais próprios da liturgia quaresmal» (Const. Sacrosanctum Concilium, 109). De facto, desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Baptismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos (cf. Rm 8, 11). Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: deveras eles vivem o Baptismo como um acto decisivo para toda a sua existência.

2. Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a Ressurreição do Senhor – a festa mais jubilosa e solene de todo o Ano litúrgico – o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus? Por isso a Igreja, nos textos evangélicos dos domingos de Quaresma, guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, fazendo-nos repercorrer as etapas do caminho da iniciação cristã: para os catecúmenos, na perspectiva de receber o Sacramento do renascimento, para quem é baptizado, em vista de novos e decisivos passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele.

O primeiro domingo do itinerário quaresmal evidencia a nossa condição do homens nesta terra. O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Ordo Initiationis Christianae Adultorum, n. 25). É uma clara chamada a recordar como a fé cristã implica, a exemplo de Jesus e em união com Ele, uma luta «contra os dominadores deste mundo tenebroso» (Ef 6, 12), no qual o diabo é activo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor: Cristo disso sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal.

O Evangelho da Transfiguração do Senhor põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. A comunidade cristã toma consciência de ser conduzida, como os apóstolos Pedro, Tiago e João, «em particular, a um alto monte» (Mt 17, 1), para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça deDeus: «Este é o Meu Filho muito amado: n’Ele pus todo o Meu enlevo. Escutai-O» (v. 5). É o convite a distanciar-se dos boatos da vida quotidiana para se imergir na presença de Deus: Ele quer transmitir-nos, todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundezas do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal (cf. Hb 4, 12) e reforça a vontade de seguir o Senhor.

O pedido de Jesus à Samaritana: «Dá-Me de beber» (Jo 4, 7), que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da «água a jorrar para a vida eterna» (v. 14): é o dom do espírito Santo, que faz dos cristãos «verdadeiros adoradores» capazes de rezar ao Pai «em espírito e verdade» (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, «enquanto não repousar em Deus», segundo as célebres palavras de Santo Agostinho.

O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz».

Quando, no quinto domingo, nos é proclamada a ressurreição de Lázaro, somos postos diante do último mistério da nossa existência: «Eu sou a ressurreição e a vida... Crês tu isto?» (Jo 11, 25-26). Para a comunidade cristã é o momento de depor com sinceridade, juntamente com Marta, toda a esperança em Jesus de Nazaré: «Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (v. 27). A comunhão com Cristo nesta vida prepara-nos para superar o limite da morte, para viver sem fim n’Ele. A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança.

O percurso quaresmal encontra o seu cumprimento no Tríduo Pascal, particularmente na Grande Vigília na Noite Santa: renovando as promessas baptismais, reafirmamos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos «da água e do Espírito Santo», e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à acção da Graça para sermos seus discípulos.

3. O nosso imergir-nos na morte e ressurreição de Cristo através do Sacramento do Baptismo, estimula-nos todos os dias a libertar o nosso coração das coisas materiais, de um vínculo egoísta com a «terra», que nos empobrece e nos impede de estar disponíveis e abertos a Deus e ao próximo. Em Cristo, Deus revelou-se como Amor (cf 1 Jo 4, 7-10). A Cruz de Cristo, a «palavra da Cruz» manifesta o poder salvífico de Deus (cf. 1 Cor 1, 18), que se doa para elevar o homem e dar-lhe a salvação: amor na sua forma mais radical (cf. Enc. Deus caritas est, 12). Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo. O Jejum, que pode ter diversas motivações, adquire para o cristão um significado profundamente religioso: tornando mais pobre a nossa mesa aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo – aprendemos a desviar o olhar do nosso «eu», para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo (cf. Mc 12, 31).

No nosso caminho encontramo-nos perante a tentação do ter, da avidez do dinheiro, que insidia a primazia de Deus na nossa vida. A cupidez da posse provoca violência, prevaricação e morte: por isso a Igreja, especialmente no tempo quaresmal, convida à prática da esmola, ou seja, à capacidade de partilha. A idolatria dos bens, ao contrário, não só afasta do outro, mas despoja o homem, torna-o infeliz, engana-o, ilude-o sem realizar aquilo que promete, porque coloca as coisas materiais no lugar de Deus, única fonte da vida. Como compreender a bondade paterna de Deus se o coração está cheio de si e dos próprios projectos, com os quais nos iludimos de poder garantir o futuro? A tentação é a de pensar, como o rico da parábola: «Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos...». «Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma...» (Lc 12, 19-20). A prática da esmola é uma chamada à primazia de Deus e à atenção para com o próximo, para redescobrir o nosso Pai bom e receber a sua misericórdia.

Em todo o período quaresmal, a Igreja oferece-nos com particular abundância a Palavra de Deus. Meditando-a e interiorizando-a para a viver quotidianamente, aprendemos uma forma preciosa e insubstituível de oração, porque a escuta atenta de Deus, que continua a falar ao nosso coração, alimenta o caminho de fé que iniciámos no dia do Baptismo. A oração permitenos também adquirir uma nova concepção do tempo: de facto, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que «as suas palavras não passarão» (cf. Mc13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele «que ninguém nos poderá tirar» (cf. Jo 16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna.

Em síntese, o itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é «fazer-se conformes com a morte de Cristo» (Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela acção do Espírito Santo, como São Paulo no caminho de Damasco; orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo. O período quaresmal é momento favorável para reconhecer a nossa debilidade, acolher, com uma sincera revisão de vida, a Graça renovadora do Sacramento da Penitência e caminhar com decisão para Cristo.~

Queridos irmãos e irmãs, mediante o encontro pessoal com o nosso Redentor e através do jejum, da esmola e da oração, o caminho de conversão rumo à Páscoa leva-nos a redescobrir o nosso Baptismo. Renovemos nesta Quaresma o acolhimento da Graça que Deus nos concedeu naquele momento, para que ilumine e guie todas as nossas acções. Tudo o que o Sacramento significa e realiza, somos chamados a vivê-lo todos os dias num seguimento de Cristo cada vez mais generoso e autêntico. Neste nosso itinerário, confiemo-nos à Virgem Maria, que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, para nos imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus e ter a vida eterna.

Vaticano, 4 de Novembro de 2010
 BENEDICTUS PP. XVI

01. Os dois nunca devem irritar-se ao mesmo tempo, isto significa evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, mas a calma é necessária.

02. Jamais grita com o outro, a não ser que a casa esteja pegando fogo. Quem tem bons argumentos não precisa gritar e quanto mais alguém grita, menos é ouvido.

03. Se alguém deve ganhar a discussão deixa que seja o outro. Perder uma discussão pode ser um acto de inteligência e amor.

04. Se for inevitável criticar, faz mas com amor. A outra parte precisa entender que aquilo que for dito, tem por objectivo somar e não dividir.

05. Nunca atira no rosto do outro os erros do passado. A pessoa é sempre maior que seus erros. E ninguém gosta de ser caracterizado pelos seus defeitos.

06. Sê indiferente com qualquer pessoa, menos com teu cônjugue. Na vida a dois tudo pode e deve ser importante. A felicidade nasce de pequenas coisas.

07. Nunca dorme sem ter chegado a um acordo. Se isto não acontecer, amanhã o problema será pior.

08. Pelo menos uma vez por dia diz ao outro uma palavra de agrado e amor. Muitos tem reservas enormes de ternura, mas esquecem de dizê-las em voz alta.

09. Cometendo um erro prepara-te para admiti-lo e pedir desculpas. Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite um erro demonstra ser honesta e a honestidade é indispensável num casal.

10. 'Quando um não quer, dois não brigam'. É a sabedoria popular que ensina isto. Mas esta mesma sabedoria lembra 'que dois bicudos não se beijam'. Convêm, no entanto não esquecer que um dos cônjugues tem que tomar a iniciativa. 'Quebrar o gelo'. Ir ao encontro um do outro. Tomar iniciativa é gesto de maturidade, de amor. Todo diálogo sensato, amigável é sempre benéfico.
Agressão, insultos, acusações, além de não ser solução agravam os problemas cada vez mais. Ao contrário, a paciência, a espera, a desculpa, o suporte mútuo, o respeito e o perdão são sempre bons conselheiros.

Reflexão (Ir. Celestino Epalanga SJ)

“Nos dias de hoje fala-se muito das crises entre casais e pouco se fala de aprendizado preventivo. As pessoas casam-se sem dominar regras de gestão de conflitos. Quando estão entre si falam de problemas e não de soluções duradouras.

O Amor é o principal Mandamento da Lei de Deus. A Bíblia diz que nos fins dos tempos, “por se multiplicar o pecado (a iniquidade) o Amor de muitos esfriará”. Olha ao teu redor, olha para ti mesmo e vê quão quente ou frio está o Amor!

É Urgente suscitar nos outros o desejo de querer aprender a Amar. Para aprender é necessário admitir que não se sabe e que se precisa.
Sê humilde e reserva mais espaço na tua vida para ler sobre o Amor e também para praticar o Amor, não só com o parceiro, mas com toda a gente”. 



Visita a doentes
… Algumas Atitudes a Cultivar ...

1. A razão de ser de um hospital são os doentes. Coloca sempre o doente acima dos teus sentimentos, dores e convicções ideológicas, religiosas ou outras.
2. Olha cada doente como uma pessoa única e nunca como um objecto de tua compaixão e, se adulto, como uma criancinha. O doente pensa, sente e medita, mesmo que pouco diz.
3. Deixa o doente contar o que quiser e quando quiser, nunca interrompendo-o na sua palavra. Ouvir, escutar e acolher, no silêncio das atitudes e na linguagem dos gestos e na abertura do coração, constituem o melhor serviço a prestar ao doente.
4. Nunca te perguntes “o que é que deves dizer”. Não é necessário dizer nada. Basta ouvir. Ir ao encontro do doente como quem vai receber e não como quem vai dar. Dá-se na medida em que se recebe.
5. Não te precipites a dar resposta aos “porquês” dos doentes. Há “porquês” sem respostas claras quer para o doente quer para ti. Usa teus recursos cristãos: oração, Bíblia, encorajamento de comentários, etc.
6. Nunca perguntes pela doença. Deixa que o doente revele a sua intimidade, quando quiser e entender. A curiosidade é a arma que mais fere a personalidade do doente.
7. Não fales nunca das tuas doenças ao doente, a não ser que ele te pergunte alguma coisa nesse sentido, nem das doenças deste a outros. O hospital não é uma praça pública.
8. Se és crente, lembra-te sempre que a liberdade mais fundamental é a liberdade religiosa. A relação entre Deus e uma pessoa não pode ser imposta nem controlada nem julgada por ninguém. Se o doente te interrogar sobre a tua fé, que a tua resposta seja sincera, simples, humilde e serena. Quando não sabemos responder, o silêncio ou a aceitação serena da ignorância é o caminho de comunhão gratuita com o doente.
9. Procura acolher, como tesouro, aquilo que o doente nos ensina sobre a vida, a sociedade e o sentido da existência e agir em consequência.
10. Não consideres nunca a relação com o doente como um poder, privilégio, domínio ou prestígio social, mas sempre como serviço gratuito. A gratuidade é o grande caminho da descoberta da dignidade humana que transforma a nossa maneira de ser e agir.
(extraído do livro Aconselhamento Cristão - Gary Collins)



Prezados pais e encarregados de educação,

No início de mais um ano lectivo, tomo a liberdade de me dirigir a cada um de vós, pais e encarregados de educação, que, tal como eu, tendes filhos, netos ou sobrinhos sob nossa inteira responsabilidade e que se encontram matriculados em escolas públicas ou privadas do nosso país.

… Como pais e encarregados de educação, primeiros educadores e parceiros naturais do sector da Educação, não nos basta conseguir matricular os nossos filhos e educandos numa escola. Também é necessário acompanhar, de forma regular, o desempenho escolar dos nossos filhos e educandos, de modo a complementar o trabalho de instrução e educação levado a cabo pela escola.

É necessário que todos nós, encarregados de educação, desde o início do ano lectivo, nos preocupemos com o progresso dos nossos filhos, netos ou sobrinhos, estabelecendo um diálogo permanente com o professor, de modo a ultrapassar eventuais obstáculos que possam comprometer o sucesso das crianças na aquisição dos novos conhecimentos, hábitos de conduta e valores. Não, apenas, ao final do ano lectivo, para sabermos se os nossos educandos passaram (ou não) de classe e em que condições.

É necessário, que nós, encarregados de educação, verifiquemos a cada dia, se as crianças têm trabalhos da escola para fazer em casa, antes de ficarem horas a fio a brincar, por vezes, na rua ou em frente a um ecrã de televisão, vendo novelas e filmes, que, nem sempre, são adequados à sua idade.

Os deveres escolares ajudam as crianças a consolidar o que aprendem na escola e o hábito de os fazer também concorre para a melhoria da qualidade do nosso ensino e para a aquisição de responsabilidades futuras a terem, mais tarde, como cidadãos.

Prezados pais e encarregados de educação: apesar dos nossos imensos afazeres, é, sobretudo, com o nosso apoio, que ao tornarmos a nossa família numa escola de valores éticos, deontológicos e patrióticos, melhor poderemos contribuir para a criação de uma “Escola Amiga da Criança”. É também com o nosso apoio, que, no interesse de uma melhor escolarização para os nossos filhos, netos e sobrinhos, poderemos melhorar a gestão das escolas e a eficiência do nosso ensino.

Como Ministro da Educação e a partir do início deste ano lectivo, gostaria de contar convosco neste esforço colectivo de apoio à reforma educativa, através da utilização de um conjunto de estratégias direccionadas para mais e melhor educação, tendo em vista a actividade laboral futura dos nossos educandos, a cultura e o exercício pleno da cidadania.



Um fervoroso devoto estava atravessando uma fase muito penosa de sua vida, com graves problemas de saúde em família e sérias dificuldades financeiras. Por iss o orava diariamente pedindo que o livrassem de tamanhas atribulações.

Um dia, enquanto fazia suas preces, um anjo lhe apareceu, trazendo-lhe uma mochila e a seguinte mensagem:
“O Senhor se compadeceu da sua situação e lhe manda dizer que é para você colocar nesta mochila o máximo de pedras que conseguir, e carregá-la com você, em suas costas, por um ano, sem tirá-la por um instante sequer. Manda também lhe dizer que, se você fizer isso, no final desse tempo, ao abrir a mochila, terá uma grande alegria”. E desapareceu, deixando o homem bastante confuso e revoltado.

"Como pode o Senhor brincar comigo dessa maneira? Eu oro sem cessar, pedindo a Sua ajuda, e Ele me manda carregar pedras?" Já não me bastam os tormentos e provações que estou vivendo? "Pensava o devoto. Mas, ao contar para sua mulher a estranha ordem que recebera do Senhor, ela lhe disse que talvez fosse prudente seguir as determinações dos Céus, e concluiu dizendo: Deus sempre sabe o que faz...

O homem estava decidido a não fazer o que o Senhor lhe ordenara, mas, por via das dúvidas resolveu cumpri-la em parte, após ouvir a recomendação da sua mulher. Assim, colocou duas pedras pequenas, dentro da mochila e carregou-a nas costas por longos doze meses.

Findo esse tempo, na data marcada, mal se contendo de tanta curiosidade, abriu a mochila conforme as ordens do Senhor e descobriu que as duas pedras que carregara nas costas por um ano inteiro tinham se transformado em pedras de ouro... , apenas duas pequenas pedras.

Todos os episódios que vivemos na vida, inclusive os piores e mais duros de se suportar, são sempre extraordinárias e maravilhosas fontes de crescimento. Temendo a dor, a maioria se recusa a enfrentar desafios, a partir para novas direcções, a sair do lugar comum, da mesmice de sempre.Temendo o peso e o cansaço, a maioria faz tudo para evitar situações novas, embaraçosas, que envolvam qualquer tipo de conflito.

Mas aqueles que encaram para valer as situações que a vida propõe, aqueles que resolvem "carregar as pedras" com Amor, ao invés de evitá-las, negá-las ou esquivar-se delas, esses alcançam a plenitude do viver e transformam, com o tempo, o peso das pedras que transportaram em peso de sabedoria.

Como está sua mochila?
(Autor Desconhecido)



A cidade de Luanda está em festa. Poucos dias nos separam do 436º aniversário da cidade capital. Mas cá nem tudo tem sido um “mar de rosas”. De entre os muitos problemas que afectam Luanda, o lixo é o mais sério.

Depois de muitas iniciativas à nível governamental, como recolha do lixo porta a porta, entrada de empresas privadas e não só, pouco ainda se verifica em termos de melhoria. Não é necessário andar muito pelas ruas de Luanda pra vermos amontoados de lixo como que de troféu se tratasse.

Reconhece-se que o elevado número de habitantes das províncias para a capital do país em consequência da guerra, tenha os seus efeitos na demanda de serviços e na qualidade de vida, mas ainda é possível viver-se melhor em Luanda.

Mas o problema não é só do elevado número de habitantes, senão também é um problema de educação, de higiene, de consciencialização das pessoas sobre a forma como devem lidar com esta questão. Quantas vezes nos deparamos com indivíduos (crianças, jovens, velhos, intelectuais, ignorantes, etc) deitando a lata para a rua depois de consumir o líquido? Pessoas que fazem da cidade o seu WC alegando falta de balneários públicos? Pessoas que depois de carregarem o telemóvel, comerem “chandula”… abandonam os resíduos em plena Avenida? Moradores de prédio deitando lixo do andar pra baixo perigando até os trausentes? Pessoas a deitarem lixo nas valas e ao chão?

Não basta colocarmos ou retirarmos os contentores, não basta que as empresas aumentem as suas frotas de “calabreses”… É necessário o apelo às consciências! Daí a intervenção dos meios de comunicação social, dos professores, pais e de cada um de nós.

Todos somos chamados a sermos parceiros do Governo na luta contra este mal que como sabemos, tem trazido consequências, desde a falta de saneamento básico, à propagação de doenças que levam até a morte.

Uma das melhores maneiras de ajudares é dar exemplo!
Faz a tua parte, dá o teu exemplo!
Exp. Waldemar Chilembo e Luís Costa

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